Uma taça, oito marcas, 32 países e 64 camisas estarão presentes na Copa do Mundo. Entre as oito cores do Mundial, vermelho e branco darão o tom na Rússia (veja no pé da matéria qual faz mais sucesso). Já Adidas e Nike dominam o mercado, com 22 seleções – 12 da empresa alemã e outras 10 da americana. A Puma, que em 2006 contava com 12 times, entre eles a campeã Itália, vê seu cartel cair para quatro – depois que Camarões, Gana, Argélia, Costa do Marfim, além da Azzurra, ficaram sem vagas. New Balance, Umbro, Hummel, Erreà e Uhlsport são as outras fornecedoras. Confira abaixo as camisas (clique em uma das imagens para ver em formato de galeria) e, ao final, vote na mais bonita.
Grupo A
Desde 2006, a Rússia deixou o branco para adotar o vermelho na camisa titular. O modelo, como a Adidas vem fazendo com outras seleções, tem uma inspiração em versões do final dos anos 80 e início dos 90. No caso russo, a referência é o clássico uniforme utilizado pela União Soviética nos Jogos de 1988 – apenas sem a sigla CCCP no peito. No escudo, a seleção da casa leva o brasão de armas na camisa – a águia de duas cabeças e São Jorge, padroeiro do país, matando o dragão. Simboliza a unidade da Igreja e do Estado.
O uniforme principal é uma homenagem à equipe que participou Copa de 1994, na melhor campanha da história do país, ocasião em que chegou às oitavas de final nos Estados Unidos. Na nuca, é possível ver uma fita verde com o brasão de armas do país em branco que traz uma palmeira com duas espadas cruzadas. Esse era o escudo da federação até 2017, quando passou a adotar a águia, símbolo do país.
Foi o primeiro time africano a jogar uma Copa, ainda em 1934 (perdeu na estreia para a Hungria, por 4 a 2). À época, o uniforme era verde, antiga cor da bandeira. Com a Revolução Egípcia na década de 50, a bandeira mudou de cor, assim como a seleção. O vermelho, que simboliza a história do país, predomina na camisa titular. O branco, representando a queda da monarquia sem derramamento de sangue, está presente no calção e no kit reserva. O preto, que significa o final da ocupação britânica no país, aparece no meião.
Após transitar entre outras cores, a tradicional camisa foi adotada em 1910 como homenagem ao triunfo do time amador local River Plate F.C. sobre o poderoso argentino Alumni. Na ocasião, o River jogou com seu segundo uniforme, camisa azul celeste. Nesta versão, além de detalhes negros, “Un sol para Atlántida”, famosa escultura de Montevidéu, ganha destaque no peito. O escudo traz a sigla da Associação Uruguaia de Futebol (AUF) em um pilar dourado cercado por louros e uma bola. Teria sido inspirado na torre principal do Estádio Centenário, em Montevidéu.
Grupo B
As cores da bandeira dão o tom uniforme português. Porém, as tonalidades de rubro mudam a cada Copa. Dessa vez, com detalhes dourados, a camisa faz referência ao título europeu de dois anos atrás. Cristiano Ronaldo e a moderna realeza também são elementos que ajudaram a construir a nova versão do kit lusitano. No emblema no peito, os escudos azuis com pontos brancos representam as chagas de Cristo, com a Cruz da Ordem de Cristo ao fundo.
O uniforme é dominado, como de hábito, pelo vermelho que representa a união da nação e vem sendo utilizado desde a primeira participação da equipe numa Copa do Mundo, em 1934. A novidade é o padrão retrô da Adidas, inspirado na Copa de 94 que leva o amarelo da bandeira para a lateral da camisa. Diferentemente do azul da última Copa, o modelo reserva volta a ser todo branco.
Já teve o verde como uniforme titular. Hoje predomina o vermelho, cor que tem um significado histórico considerável no Marrocos – ela proclama a descendência da dinastia real alaouita. Na bandeira, representa resistência, força e bravura, enquanto o verde (do calção) é a cor do Islã. No escudo, o pentagrama é o selo de Salomão.
Agora vestida de Adidas, a seleção iraniana mantém o mesmo padrão desde a primeira Copa disputada pelo país, em 1978: camisa titular basicamente branca, com a reserva vermelha – ambas cores da bandeira. Ambos os modelos prezam pela simplicidade e fogem da linha retrô da fornecedora alemã. No peito, o emblema vermelho no centro da bandeira é uma composição estilizada de vários elementos islâmicos. Sua forma de tulipa simboliza os valores de patriotismo e autossacrifício, referindo-se à lenda em estas flores crescem do sangue derramado pelos mártires.
Grupo C
Desde a primeira participação, em 1930, bandeira francesa sempre inspirou o uniforme. O azul, da camisa, representa o poder legislativo. O branco, do calção (e que predomina na versão reserva), o poder executivo. O vermelho, do meião, o povo francês. O mote da campanha da fornecedora é a diversidade francesa, e um escudo estampado dentro de um hexágono (a forma geométrica da França) no uniforme avisa: “Nos Differences Nous Unissent” (Nossas diferenças nos unem).
Olhando as cores e o fornecedor, quase dá para dizer que é a seleção canarinho, apesar de a bandeira australiana adotar as cores do Reino Unido. A inspiração do uniforme titular dos Socceroos vem da acácia, árvore símbolo da nação, cujas flores verdes e amarelas foram as primeiras cores adotadas pelo país. No escudo, a seleção usa no peito o emblema de armas, com os brasões dos estados da Austrália. Em volta dele, o emu, o canguru e a acácia, representando a fauna e flora local.
A camisa titular sempre teve a tonalidade blanquirroja das cores da bandeira, mas a tradicional listra diagonal só foi introduzida nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Na primeira aparição peruana num Mundial, em 1930, ela era basicamente branca com um detalhe vermelho no peito. Na atual versão, a novidade são os detalhes dourados vistos nas bordas da faixa vermelha e também nos ombros. Segundo a fornecedora, elas representam a riqueza da cultura inca.
A tradicional cruz escandinava é um padrão em todos os países nórdicos. A primeira bandeira a surgir com esse design, entretanto, foi a da Dinamarca, que dá o tom no único uniforme produzido pela Hummel no Mundial da Rússia. Predominante desde a primeira vez que o país disputou uma Copa, em 1986, o vermelho que toma conta na bandeira dá o tom na camisa titular. Cabe ao branco ser a cor do kit reserva.
Grupo D
Mais um exemplo de uniforme inspirado numa versão mais antiga. A camisa titular tem como base aquela usada no título da Copa América de 1993, a última grande conquista da seleção argentina. No que diz respeito às cores, o azul e o branco da bandeira predominam, mas o preta surgiu no calção junto com as tradicionais listras. No escudo, o fundo dourado representa a glória pura e radiante como o sol. Os louros na parte de baixo representam a vitória.
O uniforme da estreante Islândia combina as cores tradicionais do país: azul, vermelho e branco – que representam três dos elementos que compõem a ilha. O vermelho (da camisa de goleiro) é o fogo produzido pelos vulcões da ilha, o branco (da reserva) lembra o gelo e a neve que cobrem a Islândia e o azul (da titular) das montanhas. Para o povo islandês, a coloração da bandeira representa uma visão da paisagem de seu país. É a única seleção da Copa na qual os kits são produzidos pela marca italiana Erreà.
O tradicional xadrez que virou ícone desde 1998 veio em versão repaginada, com quadrados bem maiores do que o comum. A origem vem do brasão de armas, simbolizando os reis croatas desde o século X, e a inspiração seria uma flor comum no país chamada kockavica.O vermelho, o branco e o azul, esse último da camisa reserva, seguem o padrão da maioria dos países do leste europeu, que usam as cores Pan-Eslavas.
O verde da bandeira, que representa a agricultura, está presente nos dois modelos, sobretudo o reserva. A diferença é que o titular – inspirado na versão em 94, a primeira Copa da Nigéria – ganhou muitos detalhes brancos, que tomam conta do uniforme (um sucesso de vendas). No escudo, o desenho traz uma águia esverdeada sobre uma bola, dentro de um círculo onde se lê, em vermelho, o nome da entidade e a referência à capital, Abuja. A inspiração foi o próprio brasão nacional, no qual a ave representa honra.
Grupo E
O uniforme tem origem na bandeira, sendo que a opção pela camisa amarela e o calção azul surgiu em 1954, após um concurso realizado para ver qual mais agradava. Utilizado nos primórdios da Seleção, o branco da camisa titular foi utilizado nos quatro primeiros Mundiais e acabou abolido por conta da derrota para o Uruguai na final da Copa de 50. Na versão atual, batizada de Ouro Samba (Samba Gold), a Amarelinha é inspirada no manto do tricampeonato em 70 e tem a cor mais vibrante das últimas duas décadas. Na parte de trás da nuca, uma faixa vertical na gola traz, depois de 50 anos, o azul de volta à camisa principal.
Já a versão reserva recebeu o título de Azul Celestial (Soar Blue) e tem marca d’água, em estampa de mosaico, formada por estrelas que partem do escudo. Relembra dois importantes fatos marcados na história do nosso futebol: o Mundial da Suécia (1958), primeira vez em que o azul foi adotado, oficialmente, como a segunda cor da Seleção; e a primeira estrela a ser fincada no peito, uma honra oferecida apenas aos campeões do mundo. Os números, como na época da competição, voltam a ter a cor amarela. Calção branco e meias azuis completam o uniforme.
Símbolo e cores da bandeira sempre dominaram o uniforme principal da equipe suíça – o vermelho predominando no kit titular, e o branco no reserva. Simples assim. Do lado esquerdo do peito, a cruz branca faz referência à bandeira do Cantão de Schwyz, uma das áreas territoriais que deram origem ao país. Do direito, o escudo conta com a silhueta estilizada de um jogador de futebol e as siglas da Federação Suíça de Futebol em francês e italiano (ASF) e alemão (SFV) línguas oficiais do país.
O vermelho, que representa o sangue derramado pelos mártires pela independência, domina a camisa. O azul, referente ao mar do Caribe e do Oceano Pacífico está no calção. Só que o uniforme dividiu opiniões no país. Segundo a fornecedora de material, a camiseta está “sóbria e simples”, representando o ecossistema local, mas a Costa Rica é dona de uma das maiores diversidades de fauna e flora, fazendo do país referência em ecoturismo. O que causou uma certa insatisfação na torcida.
A exemplo de Rússia e Croácia (além de outras nações do leste europeu que não estão na Copa), usa as cores Pan-Eslavas na bandeira, que inspira o uniforme. Utilizado nos únicos três únicos jogos de Copa da Sérvia como nação independente, em 2010, o vermelho predomina no kit principal, um dos mais básicos da Puma. O grande destaque está na versão reserva, onde a bandeira do país atravessa a frente da camisa, predominantemente branca. Ele também aparece na parte superior das costas, logo abaixo da gola.
Grupo F
A inspiração é totalmente retrô. A camisa titular se baseia naquela utilizada no tricampeonato mundial em 1990. A reserva, na cor verde, vem de outros carnavais – foi utilizada na campanha do bi em 1974, na final de 86 e a última vez que foi vista num Mundial foi na semifinal de 90. O preto e branco predominante vem da bandeira da Prússia, que deu origem ao país (veja abaixo). A partir de 1988, a camisa ganhou detalhes nas cores alemã. No escudo, a águia é símbolo da extinta Alemanha Ocidental e homenageia o emblema da família Hohenzollern, que unificou a Prússia.
Mais uma camisa da Adidas com pegada retrô. A do México, com três faixas de cada lado, lembra os modelos criados pela empresa alemã para a Copa de 94 (muito embora os Aztecas tenham utilizado um uniforme completamente diferente nos Estados Unidos, produzido pela Umbro). Em comum, as cores da bandeira: branco é a paz e a unidade, o verde é a esperança e as riquezas naturais, e o vermelho é o sangue dos heróis nacionais. No escudo, o desenho sobre o qual a ave se apoia é o mapa da antiga cidade, que teria dado origem ao povo mexicano.
Mais uma versão retrô da Adidas, sendo que aqui o uniforme titular usa duas referências da virada dos anos 80 para os 90. Há uma influência da camisa utilizada na campanha da classificação para a Copa de 90, após longos anos de ausência sueca no Mundial. Já o formato da gola deriva do uniforme de 1992 (usada na Euro em casa, ocasião em que foi até a semifinal). A tradicional cor amarela é bem mais fraca se comparado com o modelo de 1990, assim como as três listras da marca alemã estão agora dispostas nas laterais do corpo, embora continuem azuis. Na nuca da camisa reserva, a palavra “Sverige” pode ser lida.
O vermelho (Yang), o azul (Ying) presentes no símbolo “Teageuk” da bandeira sempre estiveram na camisa. Mas, desde a Copa de 98, os sul-coreanos assumiram de vez o tom avermelhado na versão titular. A maior novidade é o escudo simplificado em preto e branco projetado para, segundo a fornecedora, dar uma “sensação viva e contemporânea”. Já o modelo reserva leva a sério o “Teageuk” e é inteiramente inspirado na bandeira sul-coreana, representando a “influência global do país”.
Grupo G
Tradicionalmente conhecidos como “Red Devils”, os belgas vestem agora Adidas, que também utiliza uma espécie de versão retrô ao adotar um detalhe xadrez no peito, a exemplo da equipe que disputou a Eurocopa de 1984, na França. O vermelho é a cor dominante na camisa titular, mas as outras duas cores da bandeira inspirada no brasão de armas do Ducado de Brabant aparecem nas golas mangas e faixa no peitos. No escudo, há no entorno louros e uma coroa na parte de cima, concedida pelo Rei Albert I em 1920 como homenagem dos 25 anos de fundação da federação.
Estreante na Copa, o Panamá é, ao lado da vizinha Costa Rica, uma das duas seleções parceiras da New Balance. Segundo a fornecedora, as camisas inspiram-se no pássaro nacional do Panamá, o Harpy Eagle, no hino nacional e no horizonte da Cidade do Panamá. As cores sãs as mesmas da bandeira nacional. O vermelho predominando na versão titular, e o branco, com detalhes em azul, na reserva.
O único uniforme produzido pela alemã “Uhlsport” não vem com muitas inovações e, como nas outras quatro Copas disputadas pelas Águias de Cartago, segue as cores da bandeira local. A versão principal é basicamente vermelha, com detalhes em branco – no kit reserva, as cores se invertem. No escudo, a águia está acompanhada das imagens do sol, da lua e de uma estrela do deserto, símbolos da bandeira nacional.
Um dos mais tradicionais. Sem grandes inovações desde a primeira Copa, em 1950, o branco toma conta de basicamente todo o primeiro uniforme, mas o azul (do calção) e o vermelho (que predomina no reserva e aparece em detalhes na camisa titular) da bandeira do Reino Unido estão representados. No escudo, os três leões são do brasão da família real desde o reinado de Ricardo Coração de Leão, na Era Medieval, e foram incluídos na seleção como uma forma de distinguir o time.
Grupo H
Os uniformes refletem as cores da bandeira nacional, adotadas em 1831 com inspiração no brasão da Comunidade Polaco-Lituana. Exceto por pequenos detalhes (na década de 20, por exemplo, os meiões eram listrados), o desenho permanece inalterado desde 1921. O titular tem camisa branca, calções vermelhos e meias brancas; o kit reserva é todo vermelho (embora às vezes usado com calções brancos). A águia branca, brasão polonês e símbolo da seleção nacional, está estampada do lado esquerdo do peito, que deixa de lado o emblema da federação de futebol, como é padrão na maioria das seleções. Desde 2009, os uniformes são fornecidos pela Nike.
De fornecedor novo desde a virada do ano, Senegal leva a sério o apelido Leões de Teranga. Símbolo da seleção africana, até mesmo no escudo, o rei da selva está presente com destaque nos dois uniformes da equipe, estilizado em marca d’água na região do peito. A camisa titular é predominantemente branca, como era em 2002. O verde da bandeira dá o tom na versão reserva, enquanto o logo da FSF (Federação Senegalesa de Futebol) é aplicado no lado esquerdo do peito.
Mais uma que adota as cores da bandeira no uniforme. A camisa titular virou amarela de vez nos anos 90 – a Copa de 94 foi a primeira com a nova padronização e, antes disso, variava entre azul, laranja e vermelho. O modelo é inspirado naquele utilizado no Mundial da Itália, ocasião em que Higuita, Rincón e Valderrama levaram a seleção cafetera até as oitavas de final jogando de vermelho. Já o reserva reedita o laranja, com destaque para a faixa vertical no lado esquerdo, em tom de azul escuro representando “La Mulera”, uma peça de vestuário usada por camponeses em algumas regiões do país.
Apesar da bandeira branca com o sol nascente, o azul é a cor oficial da seleção japonesa, uma homenagem ao Oceano Pacífico e significa juventude na tradição local. Foi escolhida nos anos 30 para que a bandeira chamasse a atenção no peito dos jogadores. Sem o mesmo conceito retrô dos outros uniformes da Adidas, o uniforme titular é inspirado em uma armadura samurai – muito embora a versão reserva, com detalhes em cinza no ombro esquerdo, seja inspirada, na de 1992, ano do primeiro título da Copa da Ásia.
CORES
Reparou que o vermelho e o branco tomam conta? As duas cores são, de longe, as mais comuns nos uniformes do Mundial (a primeira delas na versão titular, e a segunda delas quando levamos em conta também o kit reserva). Tirando as duas mais populares, o azul é o mais comum, logo à frente do verde. O amarelo da seleção brasileira fecha o top-5.
Fonte: G1