Uma festa à fantasia de fim de ano dos funcionários da subsidiária brasileira da multinacional Salesforce, em dezembro, não terminou muito bem. Segundo a Folha de S. Paulo, três pessoas foram demitidas, inclusive o presidente da multinacional no Brasil, Maurício Prado, por conta da repercussão ruim de uma fantasia polêmica. A empresa produz softwares para gestão de clientes e marketing. Entre seus clientes estão outras empresas como Embraer, iFood e Sulamérica.
Um dos empregados ousou e foi fantasiado do personagem conhecido como “negão do WhatsApp”. A imagem dele, ao lado de outros colegas, foi publicada no Facebook. Lá em São Francisco, nos EUA, funcionários da matriz viram a imagem e não gostaram – de acordo com a Veja, houve uma denúncia através dos próprios canais internos da empresa. Veio de lá o pedido para a demissão do empregado.
Segundo a Folha, o diretor comercial tentou mantê-lo no cargo e a sede, então, teria decidido desligá-lo também. Até que o presidente da subsidiária tentou interferir e amenizar a situação, mas teve o mesmo destino dos outros funcionários. O argumento era que o Brasil é “mais liberal” que os EUA nessas questões, mas a matriz não aceitou.
A reportagem diz que pessoas próximas ao caso consideraram a punição exagerada e contraditória com o discurso da empresa, de defesa da diversidade. Após a saída de Prado, o comando da Salesforce no país foi assumido por Enrique Ortegon, que dirige a operação na América Latina.
Procurada, a Salesforce confirmou os desligamentos e disse que “os executivos trouxeram importantes contribuições para a Salesforce durante suas atuações na companhia”, mas afirmou que não comentaria o motivo da saída porque isso vai contra sua política interna.
Concurso de fantasia
Na festa de fim de ano, os recursos humanos da empresa decidiram fazer um concurso de fantasia. Os três melhores fantasiados ganhariam uma premiação – o primeiro faturaria R$ 3 mil. Participam da festa os cerca de 250 funcionários e eles mesmos iriam votar para escolher o vencedor.
O funcionário que foi de “negão do WhatsApp” usou camisa azul, colocou uma toalha no ombro, chapeu e improvisou uma prótese que fazia as vezes do pênis do personagem. Ele ficou em quarto lugar no concurso.
Outros dois funcionários também desagradaram com suas fantasias. Eles foram vestidos como personagens principais do filme “As Branquelas” – em que dois policiais negros se travestem de patricinhas brancas. Os dois foram suspensos pela empresa.