Quem passa do lado de fora salão de Jarlete Condack Lopes quase não consegue ler a fachada e o número de telefone da profissional, em Ouro Preto do Oeste (RO). Isso porque depois de sofrer dois assaltos e ter a empresa invadida quatro vezes em um ano, a cabeleireira decidiu se “trancar” dentro do próprio local de trabalho para não ser mais vítima de criminosos. “Foi a única maneira que encontrei para minha segurança”, diz.
Ao G1, Jarlete conta que rotina de trabalho mudou completamente no último ano. Ela relembra que trabalha há mais de 10 anos como cabeleireira na cidade. Porém, em 2016, o ponto que ela trabalhava, em uma região mais centralizada da cidade e pertencia à mãe dela, precisou ser vendido.
A partir daí ela conseguiu outro ponto, no Bairro Liberdade. Começou a trabalhar em janeiro de 2017. Porém, umas das primeiras visitas que recebeu, não foi de uma cliente e muito menos uma visita desejada, mas sim de bandidos.
“Eles entraram no salão e disseram que iam estourar meus miolos. Eu não vi a arma com eles. Eles levaram R$700 reais e me trancaram dentro do salão. Passaram três cadeados na porta e fugiram”, relembra.
Depois disso, aconteceram três tentativas de arrombamento no salão, sempre quando a profissional não estava no estabelecimento. Durante as tentativas, os criminosos entraram pelo banheiro, arrancaram tabuas e quebraram os cadeados. Porém, não tiveram sucesso em furtar, pois o alarme do local disparou.
A decisão de colocar grades em toda a frente do salão aconteceu mesmo após o último assalto, em dezembro de 2017.
“Eu estava na calçada quando eles chegaram. Mandaram entrar. Eu estava com uma cliente. Pediram tudo que ela tinha, mas ela estava sem o celular. Levaram minha bolsa com todos os meus documentos que, além do trauma, é o que mais dói”, relembra.
Clientes aprovam grades
A funcionária pública Maria Inês Souza estava no salão no dia do segundo assalto. Ela que foi ao salão de beleza para cuidar das unhas e cabelo e definiu o episódio como horrível e conta que já voltou ao salão mesmo antes da Jarlete ter colocado grade no comércio. “Voltei lá depois para saber como ela estava”, conta.