Médico que foi morto na Bahia tinha programa social e fazia atendimentos gratuitos: ‘Tudo era por conta dele’, diz enfermeira

O médico Andrade Lopes Santana, 32 anos, que foi encontrado morto dentro do Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, a cerca de 115 km de Salvador, tinha um programa social e fazia atendimentos gratuitos na cidade de Araci, onde ele morava e trabalhava na Bahia.

De acordo com a enfermeira Luize Keilane, que trabalhava com Andrade, todos os atendimentos já feitos pelo programa eram custeados pelo próprio médico.

“Ele simplesmente atendia de graça [gratuitamente] as pessoas mais pobres nas comunidades. Tudo era por conta dele. Os transportes que levava a gente, o combustível, tudo”, contou ela.

O corpo de Andrade foi enterrado neste sábado (29), no Cemitério Paroquial de Araci, sob forte comoção. Os moradores da cidade fizeram um cortejo antes do sepultamento da vítima.

O carro com o corpo dele saiu da casa onde Andrade morava. O cortejo parou na frente da Câmara de Vereadores para homenagem e depois seguiu para o cemitério, onde a vítima enterrada.

Dormitília Lopes visitou o filho Andrade Santana, na Bahia, no final de 2019 — Foto: Arquivo da família
Foto: Arquivo da família

A mãe da vítima, Dormitília Lopes, falou sobre o momento em que encontrou o suspeito do crime, que foi o responsável por registrar o desparecimento de Andrade na delegacia de Feira de Santana. Geraldo Freitas foi preso na sexta-feira (28), horas após o corpo de Andrade ser encontrado.

A mãe da vítima disse não ter ódio de Geraldo e afirma que o perdoou pelo crime, mas que espera que ele seja condenado pela morte do médico.

“Eu quero que a sociedade dê uma olhada no assassino, para ele ir preso. Ele não pode ficar solto. Eu perdoei ele. E às vezes as pessoas dizem: ‘Você perdoou, mas quer que ele vá preso’. Eu quero que ele vá preso, não que ele morra. Ele tem que viver para ver a dor de uma mãe. Ele tem que sentir por muito tempo a dor que eu estou sentindo”.

“Ele me abraçou. Me abraçou e disse que estava emocionado junto comigo. Mesmo assim eu não sinto ódio dele. Deus botou um paredão entre o ódio e eu. Eu estou tranquila sobre isso, porque sei que Deus vai fazer a parte dele” , disse Dormitília.

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