Dá para pegar coronavírus em casa? Cuidado com as sacolas de plástico

O vírus é invisível e pode estar onde menos se imagina, inclusive, pondo em risco quem está cumprindo à risca o isolamento social. Acredite: ele permanece ali naquela sacola plástica que, até então, parecia inofensiva por três dias. Na embalagem de papel, como a que trouxe a pizza do fim de semana, são 24 horas. Uma “visita” dessas, definitivamente ninguém quer em casa e nem a vassoura atrás da porta vai afastar. Só o álcool 70, a solução de água sanitária e também o sabonete líquido.

Depois de ter 12 pessoas da família infectadas pela covid-19, uma delas, em quarentena total, o administrador Jorge Luiz Corrêa, de 55 anos, o saco plástico nem entra em casa. As compras são feitas com sacolas retornáveis que ele mesmo manuseia. 

“Tenho duas tias primos e filhos de primos que estão com coronavírus. Em um dos casos de contaminação que aconteceu com uma das minhas tias, a gente suspeita que tenha sido via saco plástico. Ela é idosa, grupo de risco hipertensa e ela estava em quarentena e não saía de casa de forma alguma pela questão das recomendações, mas minha tia desconfia que tenha sido realmente a sacola do supermercado, as compras”, conta.

Jorge também deixou de fazer pedidos delivery. “O risco de contaminação é grande. Embora eu esteja distante deles, em quarentena e afastado do trabalho tenho tido muito cuidado com tudo que entra na minha casa”. 

Dá para se contaminar em casa? O assunto ganhou ainda mais dimensão, quando atriz Cláudia Raia contou em entrevista ao vivo no Instagram para a revista Harper’s Bazaar, que ela e a família haviam tido coronavírus mesmo todos estando em quarentena, ao afirmar que deveria ter contraído a doença no elevador, ao buscar comida na porta do prédio. “Não queria dizer, achei que estava sendo um mau exemplo porque peguei em casa”, disse a atriz durante a live.

Alguns podem ver como um exagero pendurar saco plástico no varal ou achar que é fim de mundo colocar eles de molho. Mas o fato, é que o risco de contaminação via este tipo de embalagem existe, como destaca a farmacêutica e professora de Virologia do curso de Medicina da UniFTC, Andrea Gusmão. 

“O novo coronavírus ele pode ser permanecer vivo em plásticos, papel, papelão. Por isso é preciso ter muito cuidado e fazer todo processo de higienização.  Uma pessoa infectada que tocou nesse plástico ou papel pode transferir o vírus e aí quando o indivíduo que está dentro de casa recebe esse material contaminado pode tocar nesse material, esquecer de higienizar as mãos e levá-las a boca, nariz ou olhos”, explica.

O processo de higienização dos sacos plásticos pode ser feito, tanto com o álcool 70%, como com a solução de hipoclorito, a partir da água sanitária que compra se no supermercado. Porém, o produto vem na concentração de 2% a 2,5% e aí se torna necessário diluir para 0,5% (veja o modo de preparo nas dicas abaixo). Outra alternativa eficiente e mais rápida é lavar os sacos plásticos com o sabão líquido, aquele utilizado para lavar pratos. 

“Sempre que alguém receber algum produto em casa no delivery ou voltar do supermercado faça toda a higienização utilizando máscara. Evite também sacudir a sacola plástica, a fim de evitar espelhar as partículas”, pontua a especialista. Se a opção for utilizar o álcool 70% ou a solução de hipoclorito vale um alerta: “Nunca misture os dois. Ou você opta por uma, ou outra. A mistura de álcool com hipoclorito forma uma substancia tóxica, altamente nociva que pode acabar causando uma intoxicação por produtos de limpeza”. 

O processo de desinfecção é simples. Borrifa o saco, coloca uma sacola dentro da outra ainda meio úmida, fecha e espera três dias antes de utilizar como sacola de lixo. “Não vai funcionar se você não utilizar o produto na concentração adequada. Tem álcool que vende em mercado que não é 70%.  Esse tipo de álcool não serve para fazer a desinfecção dos objetos. A atenção vale ainda para a concentração do hipoclorito altamente diluído”, reforça a especialista. 

O varal ficou pequeno

Além dos sacos plásticos, a autônoma Sayonara Andrade tem lavado tudo que chega em casa. Nem dinheiro escapa. “Sempre que recebo procuro lavá-los, penduro o dinheiro no varal e fico pensando, em que ponto cheguei para não correr o risco de contaminação comigo e com toda a minha família. Mas antes pecar pelo excesso do que se contaminar em que tempo chegamos. Até dinheiro tenho que lavar”, conta.

O varal da assistente social Sandra Aguiar também ficou diferente por conta da pandemia. “Pego os sacos plásticos e coloco todos em balde com água sanitária e sabão em pó. Deixo lá por umas duas horas, depois enxáguo e deixo no sol por uns dois dias para depois usar novamente. E se for alguma coisa que veio no delivery, eu descarto todas as embalagens. Quem é doido de não fazer isso?” 

 
DICAS PARA HIGIENIZAR AS SACOLAS ANTES DE REAPROVEITÁ-LAS

Qual a média de tempo de permanecia do vírus em embalagens plásticas ou de papel/ papelão? O novo coronavírus ele pode ser permanecer vivo em plásticos, papel, papelão. Em superfícies plásticas até três dias. No caso das embalagens de papel e papelão, como a de pizza, por exemplo, o tempo médio é de 24 horas. 

Álcool 70 ou solução com água sanitária? Primeiro é importante dizer que é fundamental usar máscara durante todo o processo de higienização. Tanto o álcool 70, quanto a solução com hipoclorito são eficientes. Até mesmo o sabão líquido, utilizado para lavar pratos podem ajudar na desinfecção. 

Funciona mesmo deixar de molho e estender as sacolas depois ou borrifar o álcool é suficiente? Na hora de higienizar, a orientação é a seguinte: Tanto para o álcool quando para a solução com hipoclorito, borrife a embalagem e coloque uma sacola dentro da outra, ainda meio úmida. Feche tudo e espere três dias antes de utilizar como sacola de lixo. Outra alternativa é lavar os sacos normalmente com sabão líquido e deixá-los secar. 

É melhor utilizar as sacolas plásticas ou retornáveis na hora de ir ao supermercado? É uma boa opção sim, pois é uma sacola que você vai chegar em casa e vai lavar com água e sabão e assim reutilizar outras vezes. 

O que não fazer na hora da higienização? Nunca misture o álcool com o hipoclorito, porque se não vai se formar aí uma substância tóxica, altamente nociva. Ou usa um, ou o outro. Evite também chacoalhar as sacolas plásticas para não acabar espalhando as partículas. 

Como fazer a solução com hipoclorito? A concentração da água sanitária vendida no supermercado é de 2% a 2,5%. Por isso, é necessário diminuir essa concentração para 0,5%.  Para cada três copos de água (que pode ser um de requeijão, por exemplo), adicione um de água sanitária e mantenha a solução em uma embalagem, de preferência, escura. É importante utilizar o mesmo tipo de copo. 

Fonte: Correio 24h

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