Bahia: 24% dos municípios baianos não realizaram partos em 2019

Um total de 99 municípios baianos não tem registro na DIVEP/SUVISA sobre crianças nascidas/vivas em 2019. Desses municípios, considerando o nascimento pelo local de residência da mãe, 8.208 foram partos normais e 6.542 cesáreos e 2 ignorados, totalizando 14.752, que representam 7,6% do total de nascidos vivos na Bahia.

Entre os municípios com maior número de nascimentos, considerando a residência da mãe, que não tiveram oportunidade de nascer em sua própria cidade estão: São Desidério (596), Santa Maria da Vitória (496), Formosa do Rio Preto (444), Maragogipe (432) e Santa Rita de Cássia (403).

Por outro lado, 166 municípios não registraram nenhum nascimento de parto cesáreo no próprio município, sendo obrigados a realizarem 12.781 partos em outro município. Outro dado relevante é que, nesses municípios, do total de 21.812 partos normais de mães residentes no município, 10.993 (50,4%) também tiveram filhos fora de seu município.

Vale ressaltar que 50% do total de partos na Bahia acontecem em apenas 29 municípios baianos. Desse total de nascimentos em 2019, 54% foram de partos normais e 46% de partos cesáreos. Mesmo o SUS remunerando melhor o parto normal que o cesáreo, um total de 103 municípios fizeram mais partos cesáreos, com destaque para 10 municípios que realizaram mais de 69%, que foram: Jaborandi, Elísio Medrado, Abaíra, Dom Basílio, Livramento de Nossa Senhora, Serrinha, Candiba, Sapeaçu, Jussaipe e Santo Antonio de Jesus.

A resolução COFEN 516/2016 já normatizava a atuação e a responsabilidade do Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz na assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos nos Serviços de Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e recentemente a Resolução COFEN nº 627/2020 também normatizou a realização de Ultrassonografia Obstétrica por Enfermeiro Obstétrico, mesmo sem a emissão de Laudo, com a capacitação que tem esses profissionais para o acompanhamento do parto normal vão humanizar tal relação, além de resgatar o orgulho das moradoras de poderem ter seus filhos em sua própria cidade e junto de seus familiares. Parece que grande parte dos gestores ainda não se atentou para oferecer esse serviço em suas cidades.

Segundo a Enfermeira Sophia Ferreira Sampaio, assessora de Gestão do Exercício Profissional do COREN-BA: “Capacidade nós temos! Só falta conscientização da população e desmistificar essa cultura de que só um profissional tem conhecimento e habilidade. Estudamos o suficiente pra nos capacitar e nos habilitar”.

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